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Muita gente vê a gravidez como um período de alegria e plenitude no qual um casal. Planejou tudo e tem o preparo necessário para cuidar da criança que está a caminho.

Para muita gente, não é bem isso o que acontece.  Em muitas culturas, existe uma ideia bem difundida: a de que as mulheres só irão se sentir totalmente realizadas depois de terem um filho.

Podemos chamar essa ideia  de norma da maternidade e a sua difusão já foi constatada em diversos lugares do mundo.

Não à toa, muitas veem isso como quase um destino ao atingirem a fase adulta. Mulheres que engravidem ou que demonstrem   interesse em engravidar tendem a estimular reações positivas nos outros. Já mulheres   que não demonstrem esse interesse podem ser vistas como frias, egoístas ou infelizes.

 Mas será que mulheres que engravidam realmente se tornam mais felizes do que as que optam  por não ter filhos?

Isso faz sentido, já que ter um filho pode trazer tanto consequências positivas quanto negativas também, embora geralmente as pessoas se foquem muito mais nas consequências   positivas ao falar sobre esse assunto.

A maternidade pode fortalecer o propósito  de vida da mãe e permitir a vivência de diversas experiências positivas durante a criação do filho.

Mas a chegada de um bebê fofinho pode vir acompanhado também de dificuldades financeiras,  conjugais, sociais, psicológicas e de grandes restrições ligadas ao lazer.

A norma da maternidade também desconsidera várias outras coisas que acontecem com o corpo e a mente de uma mulher assim que ela inicia a gravidez e que são capazes de fazer o sonho da maternidade parecer mais com um pesadelo para algumas mulheres.

Uma das mudanças mais marcantes é que, em nenhum outro momento da vida,   incluindo ai a puberdade e a menopausa, uma mulher vivencia variações hormonais tão extremas de   maneira natural quanto durante a gravidez.

Os níveis de progesterona, estrogênio, prolactina, gonadotrofina coriônica humana e outros hormônios se elevam para permitir   o desenvolvimento do feto e preparar o corpo da mulher para a gestação, a amamentação e o parto.

Algumas mulheres podem desenvolver condições médicas, tais como a diabetes gestacional

Além de alguns distúrbios da tireoide, a anemia, a infecção urinária, a hipertensão, a trombose, a constipação   intestinal ou as hemorroidas por conta dessas alterações e de predisposições que tinha.

Embora esses desejos sejam relatados por mulheres de diferentes culturas.

Sabemos que eles são menos frequentes em alguns lugares do que em outros e que o tipo de comida desejada pode variar   consideravelmente a depender da cultura.

Uma explicação comum sobre isso é que o desejo   por uma comida visaria atender a uma demanda nutricional especificamente ligada à gravidez.

Muitas mães buscam uma alimentação mais saudável no início da gravidez.

Reduzindo as calorias que consomem e evitando alimentos menos saudáveis.

 Talvez então esses desejos sejam motivados por razões mais psicológicas e culturais  do que puramente biológicas

Em muitos países, comidas muito gostosas, porém menos saudáveis,   tais como o sorvete, podem estimular um sentimento de culpa ao serem consumidas.

Durante alguns momentos, tais como a TPM e a gestação, consumir alimentos de forma excessiva ou que são pouco saudáveis tende a ser mais socialmente aceito.

Um fator psicológico que também pode nos ajudar a entender esse comportamento é a percepção de suporte social.

Quando uma mulher pede para o seu parceiro ou parceira ir comprar sorvete,   feijão, tamarindo e xarope de groselha às 2 horas da manhã,   ela precisa contar com o apoio dessa pessoa.

É claro que essa mistura exótica de comidas pode ter um sabor interinamente valioso para a mulher.

Mas junto com a comilança também é recompensador  sentir que você tem alguém com quem pode contar e que cuidará de você caso precise de ajuda.

Puberdade e menopausa

Ambos são períodos de turbulência hormonal, mas a gravidez é a campeã nesse quesito e   por isso traz maiores impactos cerebrais.

Logo depois do parto, mulheres tendem a apresentar   um aumento de massa cinzenta em regiões do cérebro ligadas a comportamentos maternos.

Quanto maior esse aumento, maior tende a ser o sentimento positivo da mãe em relação ao filho.

Também ocorrem alterações no funcionamento do eixo HPA, um dos principais reguladores   no cérebro do cortisol e das nossas reações a situações estressantes. Já falamos desse   eixo no nosso vídeo sobre estresse.

No nível psicológico, essa mudança cerebral se traduz em uma diminuição geral da reatividade ao estresse, o que   ajudaria a proteger tanto a futura mamãe quanto o feto dos possíveis efeitos danosos do estresse.

Prepare-se você ficará mega estressada durante a gravidez

Outro fator que aumenta a chance de um parto prematuro ocorrer é a ansiedade da gravidez.

Ela envolve receios excessivos sobre a saúde do bebê, o parto, os cuidados ligados à própria saúde e como ela se saíra como mãe depois que a criança nascer.

Alguns desses receios estão ligadas às expectativas sociais a respeito das mães e quanto mais uma mulher acredita e se baseia em uma visão idealizada da maternidade.

A ideia não é desencorajar ninguém a engravidar, mas sim disponibilizar informações mais completas para que as mulheres tomem as decisões que preferirem.

Muitas mulheres não contam com o suporte de familiares, parceiros românticos, amigos ou profissionais da saúde da maneira que   seria ideal.

Está gravida te deixará mais sensível

Isso pode gerar diferentes consequências negativas, tais como uma maior chance de desenvolver depressão, ansiedade da gravidez e vivências de estresse, por exemplo

Elas também tem uma chance menor de adotarem um estilo de vida saudável.

Tal como uma rotina envolvendo alimentação equilibrada, atividades físicas, qualidade do   sono e outros cuidados com a própria saúde.

Isso, por sua vez, aumenta as chances de   complicações para a própria mãe e para o feto.

Mulheres vivem a gravidez de várias formas diferentes e uma grande parte desse processo está longe de ser pura alegria.

Fala-se pouco  sobre o lado menos divertido da gravidez, mas ele faz tanto parte do processo quanto todo o resto.

Refletir sobre o que te motiva a querer ter um filho pode ser muito útil.